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terça-feira, 17 de agosto de 2010

Mais um passo rumo a organização comunitária...





Educadores Populares da RECID Florianópolis se reuniram no dia 28 de julho com o objetivo de estabelecer coletivamente uma estratégia de atuação na região.




Nosso encontro iniciou com uma brincadeira em grupo, na qual todos os envolvidos na rede ao se darem conta de que ela estava emaranhada buscavam se desenrolar sem que nenhum nó se desfizesse. Esse momento nos provocou muitas reflexões acerca das nossas práticas no dia a dia da luta comunitária, principalmente a necessidade de reconhecermos que somos diferentes e que cada um tem um ritmo diferente que precisa ser respeitado pelo outro,que agindo coletivamente temos maiores chances de chegarmos ao bem comum, que é necessário cooperamos com o outro para atingirmos nossos objetivos.

Assim, tendo presente a idéia de que nossas decisões visam o coletivo e que é a partir do entendimento que esse coletivo tem de si mesmo e do mundo que conversamos sobre o objetivo do trabalho da Rede de Educação Cidadã em Florianópolis.
Todos participaram com grande entusiasmo e as falas trouxeram muita informação sobre a experiência que cada um acumulou na sua caminhada de luta com o povo, suas idéias, seus princípios.

Algumas falas relataram o tipo de relação que as lideranças têm com a sua comunidade e da comunidade com a sua associação: “os associados elegem uma diretoria e delegam ao presidente toda a responsabilidade para resolver os problemas da comunidade”; “é como se elas não fossem a associação”; “na hora de brigar pelos seus direitos elas não participam deixam isso a cargo do presidente ou da diretoria”; “é preciso envolver as pessoas na associação para unir a comunidade”, “as lideranças necessitam de formação para atuarem respeitando as necessidades da comunidade e não pautando-a; é preciso usar o que eles trazem”.
Destacou-se a importância de se fazer junto com a comunidade, afirmando que nosso trabalho só tem sentido se dialogar com a verdade do outro.
Esse momento foi de grande importância para identificarmos o nosso 
objetivo que ficou assim sistematizado:

Promover um processo de formação tendo como ponto de partida a apropriação da realidade local, na forma de identificação das demandas e potencialidades, tendo como princípio o diálogo na construção uma síntese coletiva visando à superação das dificuldades identificadas e o fortalecimento comunitário no qual os envolvidos se reconheçam enquanto sujeitos críticos de transformação”.

Tendo presente que o trabalho comunitário só tem sentido se este levar em conta as necessidades sentidas dos sujeitos envolvidos no processo de transformação é que iniciamos outra rodada de conversa a fim de combinarmos uma forma de atuação.

Assinalamos anteriormente que o processo de transformação é obra de sujeitos então seria contraditório que pessoas que não tem relação com a vida na comunidade agissem por elas(em vez delas). Entretanto estaremos juntos com as lideranças e a comunidade a fim de apoiá-los nas atividades de formação e na preparação para as lutas.

Reconhecemos que somos ainda em número reduzido e que seria impraticável que estivéssemos presentes em todas as comunidades. Lançamo-nos o desafio de ampliar o grupo. Mas como ampliar?Chamaremos pessoas de outras comunidades?Pode ser que sim, mas é necessário chamar pessoas das nossas comunidades para estarem junto no processo. Afinal precisamos dividir as responsabilidades para não ficarmos sobrecarregados.
Como iremos mobilizar mais pessoas da própria comunidade para fazer parte do grupo?

As respostas foram bastante diversas como: “poderemos convidar pessoas mais importantes da comunidade”, “realizar atividade na comunidade que as empolgue”, “ainda não posso convidar porque não sei bem para que convidar”, “agente chama, mas eles não vêm”, “eu posso trazer várias pessoas da comunidade, mas agora não”.

Avaliamos que temos que conversar mais sobre como atuar e agendamos uma nova reunião para assim continuar o debate.

Núcleo RECID Florianópolis

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