Dis cursos

O povo que ousa sonhar, constrói o poder popular!

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Seminário: Democracia e Participação Social; experiências e diálogos




Seminário: Democracia e Participação Social; experiências e diálogos
23 e 24 de novembro de 2012

Casa de Retiro Rosa Mística
Endereço: Rodovia Baldicero Filomeno, 2037 - Alto Ribeirão - Florianópolis/SC
(Portão de entrada da casa fica em frente (do outro lado da rua) ao Lar São Francisco)

Discutir e mobilizar os movimentos populares em torno das Políticas de Participação Social e Educação Popular

Programação:
Sexta-Feira, 23 de novembro de 2012.
Manhã: Acolhimento aos que vierem de longe
12:00 – Almoço
13:00 - Inscrições
14:00 - Mística de Abertura com apresentação dos participantes, acordos de convivência equipes de trabalho (infra-estrutura, comunicação, gestão, pedagógico
14:30 – 16:20 Seminário:
                                               CONCEPÇÕES DE DEMOCRACIA PARTICIPAÇÃO SOCIAL E EDUCAÇÃO CIDADÃ/POPULAR.
Assessor:  Marcel Farah – Secretaria Geral da Presidência da República
                                              
16:20 – Paradinha para café(10 min)
16:30 - 17:30                     SISTEMA NACIONAL DE PARTICIPAÇÃO SOCIAL
Assessor: Marcel Franco de Araújo Farah - Secretaria Geral da Presidência da República

                                                                                             
18:00 - Jantar
19:00 – 22:00     Oficina: TEATRO DO OPRIMIDO
                                               Assessor: Daniel
                                              
Sábado, 24 de novembro
07:00 – 08:30                     Café
08:30                                    Plenária (animação, avisos das equipes, acordos de horários)
09:00 – 12:00                     Roda de conversa com Movimentos Sociais: PEDAGOGIAS E EXPERIÊNCIAS DE PARTICIPAÇÃO SOCIAL
                                               Convidados:
                                               Conselhos Marcps Cesar Pinar
                                               MST: Daniela
                                               MMTU: Tânia Slongo
                                               MNDH: Erli Camargo
Movimento Estudantil: Derik
Consciência Negra: Ana Paula - COPPIR
                                               Coordenador(a): Danilo Campo
                                              
14:00 – 16:00                     PAINEL: TECNOLOGIAS DE PARTICIPAÇÃO SOCIAL
                                               Orçamento Participativo: Marcio de Souza
                                               Secretaria de Articulação Social – José Claudenor Vermohlen
                                                                                                             
                                              
16:00                                     COMPROMISSOS DA REDE DE EDUCAÇÃO CIDADÃ COM A EDUCAÇÃO POPULAR E PARTICIPAÇÃO SOCIAL
                                               Sandra Sangaletti – Rede de Educação Cidadã

17:00                                    Avaliação/Encerramento/ Confraternização

Seminário Democracia e Particpação Social; experiências e diálogos


quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Necessidades Reais: Compromissos Zero!


Eleições 2012
Necessidades Reais:  Compromissos Zero!
Carta Aberta de militantes populares e sindicais das Lutas da Reforma Urbana aos Candidatos e População de Florianópolis

Cidadãos,

Nos dirigimos à população de Florianópolis manifestando nossa posição, e até indignação, diante de afirmações dos (as) candidatos (as) a Prefeito (a) de Florianópolis em Debates da Cidade. Fazemos esta Carta Pública em defesa de princípios e propostas dos Movimentos Sociais de Florianópolis, por considerarmos que:

1.         Na conjuntura política municipal nossa ação militante tem como princípio, e objetivo central, tratar de qualquer ato político como ação e prática de organização, educação e conscientização da sociedade, defendendo e buscando ampliar nossos direitos. Também como instrumento de apoio e promoção das lutas e demandas dos movimentos sociais, por uma cidade justa, solidária, democrática e sustentável, a serviço da qualidade de vida para as maiorias da população, priorizando os setores sociais mais necessitados de infra-estrutura urbana e serviços públicos;

2.         Para nós, forjados na ação democrática de homens e mulheres livres e solidários, na luta pela construção de uma nova sociedade fraterna e sustentável, com vida digna para todos, a campanha eleitoral e os possíveis mandatos de Vereador e Prefeito, devem ser vistos como caixa de ressonância dos movimentos sociais, de afirmação de compromissos e independência de classe frente ao capital e interesses privados;

3.         Contra a exploração do homem pelo homem, defendemos direitos humanos coletivos, em particular a Reforma Urbana, nos territórios da Cidade onde se realiza de forma mais profunda a exploração do homem pelo capital, na disputa da Função Social da Propriedade, da cidade mercantilizada, do direito aos serviços públicos, equipamentos e infra-estrutura urbana, como saneamento, saúde, meio ambiente e abastecimento; educação, cultura e lazer; transporte coletivo e mobilidade; habitação e uso do solo.

Tendo estas considerações acima, como guias de nossa ação e na busca de garantir respeito ao eleitor, cidadão e para as maiorias de nossa cidade, denunciamos as posições reacionárias, evasivas, covardes e continuístas, às vezes até preconceituosas, dos (as) candidatos (as) a Prefeito (a), que na verdade servem de base para o enfraquecimento e a criminalização de nossos movimentos e direitos.

Nos referimos às posições expressas pelas principais candidaturas a prefeito de Florianópolis, com poucas diferenças entre si, ao debaterem a proposta da destinação de uso e ocupação privada ou pública da Ponta do Coral, como podem ser vistas no link: http://www.youtube.com/watch?v=zcbg980h5yw&feature=youtube_gdata_player, onde ironicamente assistimos neste vídeo a reedição do discurso da Liga das Senhoras Católicas*, dos anos 1960, porem feito sem considerar e de costas para a conjuntura atual e ao avanço da sociedade expresso na Constituição Federal e no ESTATUTO DA CIDADE, sobre a Função Social da Propriedade. (*) Organização do setor conservador da igreja católica que com a TFP apoiou o golpe militar de 1964.

Nos referimos também às inexplicáveis ausências das principais candidaturas a prefeito nas atividades e mobilizações dos Movimentos Sociais em defesa de nossas demandas, em especial nos Debates e nas Audiências Públicas da Ponta do Coral e do Saneamento Básico, até aqui realizados, como foi revelado anteriormente com muita propriedade no artigo publicado no link: http://www.daquinarede.com.br/index.php/secoes/geral/1841-saneamento-e-candidatos-covardes.

O continuísmo e hipocrisia, das posições das principais candidaturas, e o silêncio de suas campanhas diante das nossas necessidades reais, deixam-nos céticos e amplia nossa indignação porque percebemos que nossos sonhos e conquista das demandas coletivas das maiorias da sociedade não passam concretamente pelas suas campanhas.

Faz-nos refletir, que precisamos unir mentes e corações Por outro Projeto de Cidade e Sociedade, a ser construído pelas maiorias excluídas, suas lideranças e movimentos, nesta conjuntura e para alem das disputas eleitorais. Sem isso continuaremos excluídos e criminalizados se dependermos dos principais partidos e campanha destes senhores e senhoras candidatos a prefeito (a), que almejam apenas nosso voto para continuar governando a cidade para as elites.

Neste sentido, para colocar as eleições no debate responsável com o eleitor, para por fim a essa hipocrisia eleitoreira, deste inicio de campanha, viemos a público exigir posição firme de parte de todas as candidaturas acerca de algumas Demandas Reais e Urgentes da Sociedade, entre as quais destacamos:

1.         Plano Diretor Participativo de Florianópolis - Apoiar as propostas em construção pelos distritos e segmentos sociais, comprometendo-se com suas inclusões na versão final do Plano Diretor Participativo e aprovação na Câmara Municipal, como instrumento de garantia e disciplina da Função Social da propriedade, do ordenamento do desenvolvimento econômico, social e ambiental sustentável. Implantação da Moratória da Construção Civil até conclusão do novo Plano Diretor. Suspensão das atuais Mudanças Pontuais de Zoneamento, e licenças de empreendimentos impactantes, em desacordo com a capacidade de infra-estrutura suporte da área. Instituir instrumentos de disciplina, limitação e promoção da capacidade suporte do meio ambiente ao processo de urbanização;

2.         Moradia e Regularização Fundiária – Apresentar proposta de Plano de Metas e Prioridades URGENTES de regularização fundiária, urbanização, equipamentos e infra-estruturas, nas áreas de habitação popular, com metas anuais de regularização, oferta de terrenos e unidades habitacionais, prioritariamente para atender as famílias com renda até 3 salários mínimos, e em situações de emergência em áreas de risco, desastre e fragilidade ambiental;

3.         Transporte Público e Mobilidade Urbana - Defender a Desprivatização do Transporte Público Municipal, através de um projeto de médio prazo, começando com a implantação do Fundo Municipal de Transporte, essencial para a meta de Tarifa Zero, bem como a Criação da Empresa Municipal de Transporte Coletivo, para atuar nos principais corredores, servindo como espelho da realidade, possibilitando que o Poder Público planeje o Sistema Integrado de acordo com o interesse e demanda dos usuários, no atendimento da garantia ao Direito Fundamental de acesso ao Trabalho, Educação, Saúde, Lazer, Cultura e demais direitos sociais. Apresentar também instrumentos de promoção da Gestão Consorciada Metropolitana para Planejamento, Decisão, Administração e Operação do Transporte Coletivo e da Mobilidade Urbana;

4.         Saneamento Básico Sustentável – Paralisação das obras irregulares e apoio às medidas urgentes, para resolver os problemas nas Estações de Tratamento de Esgotos, com destaque para a qualidade dos sistemas de tratamentos e a destinação final adequada dos resíduos tratados. Não realizar novas ligações antes de resolver os atuais Crimes Ambientais e Contra a Saúde Pública das ETEs. Anulação do Contrato irregular de Concessão da CASAN com a Prefeitura, e realização do mesmo em 2013 pelo novo prefeito e vereadores. Gestão Consorciada Metropolitana, e revisão social das tarifas de água e esgoto. Participação de representação em especial dos milhares de pequenos usuários no Conselho Fiscal da CASAN;

5.         Parques Urbanos Municipais - Apoiar a Criação dos nove parques municipais propostos pelos movimentos sociais do município, com destaque para o Parque Cultural das 3 Pontas, na PONTA DO CORAL. Criação do SMUC (Sistema Municipal de Unidades de Conservação), e promoção da gestão consorciada ou integradas dos entes federais, estadual e municipal. Criação dos corredores ecológicos. Promoção do uso sustentável dos Parques pela sociedade, com participação e controle social dos mesmos. Plano de metas urgente para conclusão dos que estão em fase de implantação. Promoção e fortalecimento dos existentes e implantação dos Conselhos Gestores participativos;

6.         Pesca e Aqüicultura - Defender a Criação da Secretaria e do Plano Municipal de Pesca e Aqüicultura, para a promoção e desenvolvimento das populações tradicionais e do setor pesqueiro. Ampliação e consolidação dos territórios da Maricultura. Salvaguardas Ambientais dos Manguezais, Baias, Rios e Lagoas, territórios da Maricultura e Pesca, com destaque para ação integrada com os municípios da Grande Florianópolis, contra o lançamento de efluentes de qualquer tipo de Esgoto Tratados nas Baias;

7.         Região Metropolitana, Orla e Baias da Grande Florianópolis - Defender a Criação da Região Metropolitana para promover ações Consorciadas de Promoção do Desenvolvimento Regional Sustentável e maior capacidade de acesso a recursos financeiros. Salvaguarda, proteção e criação do Parque Metropolitano da Orla e das Baias da Grande Florianópolis. Revisão do processo/projeto/lei que trata da elaboração, gestão e Controle Social do Gerenciamento Costeiro Municipal e do Projeto Orla Municipal e empenho na sua Regionalização Metropolitana.

Chega de campanhas e promessas vazias de conteúdo, organizadas por “especialistas mercadores de marketing”, com suas falsas prioridades e ilusões eleitorais, que não falam e nem se comprometem com as Necessidades Reais exigidas pelos Movimentos Sociais. Vamos exercer nossos direitos de cidadão.

Exija você também uma posição política e programática dos Candidatos e Partidos, para os problemas de nossa cidade. Debata com seu sindicato, associações e organizações sociais. Some-se aos movimentos e mobilizações, por debates responsáveis com o eleitor e nossa cidade, para por fim a essa hipocrisia eleitoreira.

Florianópolis, 26 de agosto de 2012

Atenciosamente,

Assinam os militantes populares e sindicais:
Américo Ishida, Antonio Alves, Aracídio F Barbosa Neto, Carmen Tornquist, Dinovaldo Gilioli, Elaine Tavares, Elisa Jorge Silva, Glauco Marques, Jeffrey Hoff, Lazaro Bregue Daniel, Loureci Ribeiro, Marcos Borges, Marival Coan, Paulo Rizzo, Raul Fitipaldi, Ricardo Freitas, Ruy Avila Wolff, Telma Piacentini, Werner Kraus Junior

sexta-feira, 25 de maio de 2012

RECID Florianópolis vai participar da Marchas das Vadias






Integrantes do núcleo da Rede de Educação Cidadã em Florianópolis irão participar no dia 26 de maio da Marcha das vadias. Esse movimento é internacional e será realizado em vários estados brasileiros.
A iniciativa partiu do Movimento de Teatro do Oprimido de Santa Catarina do qual a rede faz parte juntamente com outras organizações.
A idéia é problematizar o papel da mulher na sociedade. A violência cometida que não é percebida quando seu corpo é utilizado para a venda dos mais diversos produtos de consumo, o que a transforma também em mercadoria.
O grupo está elaborando um ato que será encenado durante caminhada.
A concentração será no largo da Catedral Metropolitana (centro) de Florianópolis ás 10 horas da manhã do sábado dia 26 de maio.

Carta Manifesto da Marcha das Vadias de Brasília – Por que marchamos? 

Em Brasília, marchamos porque apenas nos primeiros cinco meses desse ano, foram 283 casos registrados de mulheres estupradas, uma média de duas mulheres estupradas por dia, e sabemos que ainda há várias mulheres e meninas abusadas cujos casos desconhecemos; marchamos porque muitas de nós dependemos do precário sistema de transporte público do Distrito Federal, que nos obriga a andar longas distâncias sem qualquer segurança ou iluminação para proteger as várias mulheres que são violentadas ao longo desses caminhos. 

No Brasil, marchamos porque aproximadamente 15 mil mulheres são estupradas por ano, e mesmo assim nossa sociedade acha graça quando um humorista faz piada sobre estupro, chegando ao cúmulo de dizer que homens que estupram mulheres feias não merecem cadeia, mas um abraço; marchamos porque nos colocam rebolativas e caladas como mero pano de fundo em programas de TV nas tardes de domingo e utilizam nossa imagem semi-nua para vender cerveja, vendendo a nós mesmas como mero objeto de prazer e consumo dos homens; marchamos porque vivemos em uma cultura patriarcal que aciona diversos dispositivos para reprimir a sexualidade da mulher, nos dividindo em “santas” e “putas”, e muitas mulheres que denunciam estupro são acusadas de terem procurado a violência pela forma como se comportam ou pela forma como estavam vestidas; marchamos porque a mesma sociedade que explora a publicização de nossos corpos voltada ao prazer masculino se escandaliza quando mostramos o seio em público para amamentar nossas filhas e filhos; marchamos porque durante séculos as mulheres negras escravizadas foram estupradas pelos senhores, porque hoje empregadas domésticas são estupradas pelos patrões e porque todas as mulheres, de todas as idades e classes sociais, sofreram ou sofrerão algum tipo de violência ao longo da vida, seja simbólica, psicológica, física ou sexual. 

No mundo, marchamos porque desde muito novas somos ensinadas a sentir culpa e vergonha pela expressão de nossa sexualidade e a temer que homens invadam nossos corpos sem o nosso consentimento; marchamos porque muitas de nós somos responsabilizadas pela possibilidade de sermos estupradas, quando são os homens que deveriam ser ensinados a não estuprar; marchamos porque mulheres lésbicas de vários países sofrem o chamado “estupro corretivo” por parte de homens que se acham no direito de puni-las para corrigir o que consideram um desvio sexual; marchamos porque ontem um pai abusou sexualmente de uma filha, porque hoje um marido violentou a esposa e, nesse momento, várias mulheres e meninas estão tendo seus corpos invadidos por homens aos quais elas não deram permissão para fazê-lo, e todas choramos porque sentimos que não podemos fazer nada por nossas irmãs agredidas e mortas diariamente. Mas podemos. 

Já fomos chamadas de vadias porque usamos roupas curtas, já fomos chamadas de vadias porque transamos antes do casamento, já fomos chamadas de vadias por simplesmente dizer “não” a um homem, já fomos chamadas de vadias porque levantamos o tom de voz em uma discussão, já fomos chamadas de vadias porque andamos sozinhas à noite e fomos estupradas, já fomos chamadas de vadias porque ficamos bêbadas e sofremos estupro enquanto estávamos inconscientes, por um ou vários homens ao mesmo tempo, já fomos chamadas de vadias quando torturadas e curradas durante a Ditadura Militar. Já fomos e somos diariamente chamadas de vadias apenas porque somos MULHERES. 

Mas, hoje, marchamos para dizer que não aceitaremos palavras e ações utilizadas para nos agredir enquanto mulheres. Se, na nossa sociedade machista, algumas são consideradas vadias, TODAS NÓS SOMOS VADIAS. E somos todas santas, e somos todas fortes, e somos todas livres! Somos livres de rótulos, de estereótipos e de qualquer tentativa de opressão masculina à nossa vida, à nossa sexualidade e aos nossos corpos. Estar no comando de nossa vida sexual não significa que estamos nos abrindo para uma expectativa de violência, e por isso somos solidárias a todas as mulheres estupradas em qualquer circunstância, porque tiveram seus corpos invadidos, porque foram agredidas e humilhadas, tiveram sua dignidade destroçada e muitas vezes foram culpadas por isso. O direito a uma vida livre de violência é um dos direitos mais básicos de toda mulher, e é pela garantia desse direito fundamental que marchamos hoje e marcharemos até que todas sejamos livres. 

Somos todas as mulheres do mundo! Mães, filhas, avós, putas, santas, vadias…todas merecemos respeito!


Sandra Sangaletti

p/ Núcelo RECID Floripa

Com informações do site WWW.sintrafesc.org.br



quinta-feira, 19 de abril de 2012

Notícias do Núcleo de Florianópolis


 Núcleo de Florianópolis inicia Planejamento 2012



Em meio a sons cheiros e muito axé, aconteceu, nessa quinta-feira dia vinte e três de fevereiro, já sob o signo de Peixes, e com as bênçãos de Iemanjá, a reunião de planejamento do núcleo da RECID de Florianópolis.
O objetivo do encontro era o de motivar o grupo para pensar uma estratégia de atuação na região da grande Florianópolis, levando em conta a caminhada da recid Floripa até o momento e as novas demandas apresentadas, em diálogo com o Plano Nacional e o Plano Regional de Formação.
O grupo saudou-se inicialmente com os olhos ao som da música “Mambembricantes” da Cia Mambembricantes “mirar bem fundo em nossos olhos ai, ai... ouvida em vós nossa voz...”
Assim, na medida em que se ia caminhando e encontrando o olhar do outro, aumentava a confiança em si e no outro, até que por fim se encontra um a quem abraçar e compartilhar, além do calor do abraço, um pouco da sua história.

Motivados pela sugestão da coordenação as duplas formadas pelo abraço esforçaram-se em responder algumas questões propostas que eram: em que situação eu me encontro agora (em que grupos participo e como me situo neles); Onde quero chegar nesse(s) grupo(s) ou através deles; que possibilidades tenho para consegui-lo; quais limitações me impedem de consegui-lo; por que motivo venho a esse grupo da RECID. Que expectativas tenho do mesmo. Cada resposta sintetizada em poucas palavras era escrita em tarjetas.

A apresentação se deu no grande grupo. Cada um apresentou seu parceiro, seguindo a proposta metodológica, fixando as tarjetas com as respostas em um quadro que pretende retratar a situação dos atores nas suas organizações de base (ondé cotô, ondé covô), seus objetivos, potencialidades e limites e por fim suas expectativas com relação à RECID.
Ao final da apresentação concluiu-se que fora obtido um riquíssimo material sobre o qual trabalhar no sentido de estruturar plano de ações local.
Após a apresentação dos atores foi feita uma breve apresentação da Rede de Educação Cidadã focado na sua identidade: o que é a RECID, seus objetivos, sua estratégia de atuação, suas opções metodológicas. Foi destacada também sua forma de organização em nível nacional, regional, estadual e local. Por fim foi feita uma memória da atuação da RECID Florianópolis a partir de 2010 até os dias atuais.
O grupo socializou sua agenda e se comprometeu em participar ativamente das atividades bem como da preparação delas. Assim tem como objetivo buscar viabilizar juto a coordenação estadual da RECID a participação de todo o grupo de Florianópolis nas atividades estaduais.
Levando em conta a agenda intensa desse período o grupo levantou indicativo de data para a próxima reunião e continuação do planejamento para o final do mês de março.
Concluiu-se, em fim, que esse encontro marca um grande avanço na perspectiva da organização e ampliação do núcleo da RECID em Florianópolis e região. 

Sandra Sangaletti - RECID Floripa

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Seminário Brasil, questões e desafios atuais


Seminário Brasil, questões e desafios atuais aprofunda o modelo de desenvolvimento em curso no país

Escrito por  Willian Bonfim

Seminário Brasil, questões e desafios atuais aprofunda o modelo de desenvolvimento em curso no país
Dias 20 e 21, o Centro de Formação Vicente Cañas, em Luziânia-GO, se tornou espaço de debate do modelo de desenvolvimento em curso no Brasil, do qual participaram cerca de 100 lideranças representando 40 movimentos sociais brasileiros, no Seminário: Brasil, questões e desafios atuais. Esta atividade é fruto do planejamento 2011 da Recid e foi organizado coletivamente em parceria com as organizações socais.
“Entender para lutar, lutar para entender”, com esta frase Graciela Rodrigues, da Rede Brasileira pela integração dos povos (Rebrip), chamou a atenção para a importância de fazer a ligação entre teoria e prática de forma permanente, na primeira Grande Roda de Diálogo que discutiu o modelo de desenvolvimento em curso no Brasil.
Em função da sua experiência, no acompanhamento às relações internacionais do Brasil, ela chamou a atenção sobre a necessidade de compreender que condicionantes, no âmbito global, vão determinar e interferir na política brasileira. Segundo ela, num mundo globalizado, os países estão cada vez mais condicionados pelo sistema econômico.
Visão com a qual concordou João Pedro Stédile, da coordenação do Movimento Sem Terra. Para ele, no Brasil a economia é completamente dependente e subordinada ao capital financeiro internacional, que tem o poder de decidir os rumos da política e da economia. Em sua análise, o governo, neste cenário, tem pouca autonomia para tomar decisões.
Para Stédile, o governo Dilma, como herdeiro do governo Lula, tem a mesma natureza de composição de classes. “No governo Dilma tem desde os capitalistas financeiros até os trabalhadores mais empobrecidos”, disse, ressaltando que isso gera uma conformação onde há múltiplos interesses e conflitos em disputa.
João Pedro ressaltou aspectos importantes do neodesenvolvimentismo em curso no Brasil (priorizar o Estado ao mercado; direcionar dinheiro público para investimentos públicos; fazer distribuição de renda via programas de transferência como o Bolsa Família). Contudo, ele disse que este modelo é insuficiente para resolver os problemas mais estruturantes do povo brasileiro.
O Governo Dilma, em sua avaliação, tem pela frente quatro grandes desafios: a) o superávit primário; b) a dependência da China; c) a fuga de capitais; d) a taxa de juros praticada no Brasil. “A taxa de juros paga pelo povo brasileiro de mais de 45% é irracional”, afirmou.
Neste cenário, disse Stédile, os desafios colocados para a classe trabalhadora são reforçar o trabalho de base e a conscientização, conforme a inspiração inicial de Frei Betto, sobre o trabalho do Talher/Recid; estimular as lutas sociais; ampliar os espaços de formação política e ideológica; e investir na formação da juventude, como o ator que fará as mudanças necessárias.
O professor do Instituto de Economia da UFRJ, João Sicsú, ressaltou, em sua análise, que o Brasil fez um desenvolvimento significativo nos últimos anos. E fundamentou a afirmação com alguns dados: o aumento de 60% em termos reais do salário mínimo; a criação, no último ano, de 1.400 milhão de empregos com carteira assinada; a ascensão de 40 milhões de famílias à classe média.
O economista destacou que esses resultados foram fruto de uma mudança de rumo do governo Lula, particularmente, no final de 2005 e 2006, rumo à perspectiva neodesenvolvimentista. Por outro lado, Sicsú afirmou que um projeto de desenvolvimento não pode ser elaborado e decidido apenas dentro dos gabinetes e universidades. “Um projeto nacional precisa ser construído pela sociedade; não é apenas uma equação econômica, mas política”, disse.
Os/as educadores/as e os militantes sociais, à tarde, se encontraram nos Círculos de Cultura para aprofundar e debater outros eixos identificados na preparação da atividade: Brasil sem pobreza e miséria; Democracia e reforma do sistema político; Educação popular, movimentos sociais e políticas públicas. O grupo também organizou uma animada noite cultural.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Perspectivas da agricultura familiar e o diálogo com os produtores da reforma agrária


Perspectivas da agricultura familiar e o diálogo com os produtores da reforma agrária





Perspectivas da agricultura familiar e o diálogo com os produtores da reforma agrária
  •                       Foi a convite do Vilson Santin, representante da Coopertel,Cooperativa Regional Agropecuária Terra Livre, que reúne os assentados de Ponte Alta e Correia Pinto, que a Rede de Educação Cidadã foi convidada para participar da quarta rodada de reuniões de um processo de aproximação entre a cooperativa e agricultores/as familiares de Bom Jardim da Serra, um pequeno município do Planalto Catarinense, situado no sopé da Serra Geral, área de recarga do Aquífero Guarani com densas matas de Araucárias. O relato que segue fala das perspectivas do reordenamento do sistema agrícola a partir de uma construção em rede entre produtores rurais,  agroindústrias e desenvolvimento de produtos aliados ao selo TERRA VIVA – Produtos da Reforma Agrária.
  •                    O diálogo entre Santin e o Prefeito de Bom Jardim da Serra, Rivaldo Macari, avança no sentido de criar perspectivas reais de emancipação econômica aos pomicultores da agricultura familiar e Desenvolvimento Rural Sustentável (DRS). Um jeito diferente de organização entre agricultores/as as relações de trabalho e produção, beneficiamento e agregação de valor à maçã, ampliação das opções de comercialização, venda e troca por aquilo que é preciso para viver. A organicidade em torno da concertação, entre diversos agentes econômicos, sociais e políticoscomo metodologia desta ação em rede, entre gestores públicos e organizações de agricultores/as familiares e da reforma agrária. Estão colocadas as condições necessárias para a construção de um processo inédito, dialético, dialógico e participativo.
  • DSC02160Além de representantes do Poder Executivo e Legislativo Municipal, Unidades Escolares, Secretaria de Assistência Social/CRAS, Consórcio Nacional de Segurança Alimentar e Desenvolvimento Local - CONSAD Serra Catarinense, Banco do Brasil, Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina – EPAGRI, Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável (DRS), e um grande grupo de agricultores/as familiares de Bom Jardim, situado no sopé da Serra Geral a 1.245 metros acima do nível do mar. A principal atividade econômica para muitos destes agricultores é a produção de maçã em pequenas áreas. As criações de animais aliadas a outros tipos de cultivo para a subsistência e a coleta de pinhão nas matas de Araucária, complementam a renda e a segurança alimentar destes agricultores, constantemente sujeitos a diversas intempéries, condições climáticas extremamente adversas de frio, geada, gelo, neve e granizo.

  • DSC02162As condições de mercado, assim como estão colocadas aos pomicultores da agricultura familiar, são desfavoráveis do ponto de vista da sustentabilidade dos pomares, isto também representa uma grave adversidade. As empresas do agronegócio oferecem estrutura de câmara fria e toda a logística necessária no momento da colheita, em definem o preço as ser pago, por cada categoria/kg de maçã, aos agricultores, que não tem escolha, ‘tem que vender a qualquer preço’. Somado a isso, o custo de produção praticamente torna insustentável ‘tocar o pomar’. Este é um aspecto influente na caracterização dos produtores de maçã de toda a microrregião, frente à conjuntura do sistema agrícola capitalista hegemônico. Como criar perspectivas para emancipação desta condição injusta de comercialização que agricultores/as foram colocados? Movidos por estes questionamentos e perspectivas, João Cristiano abriu a reunião propondo a pauta e logo em seguida informou que as políticas do Programa Brasil Sem Miséria passam por um Cadastro Único para Programas Sociais incluindo Luz para Todos, Água para Todos e Bolsa Verde, Informou João Cristiano, da Secretaria da assistência Social. Falou da lista dos produtos que podem ser vendidos, com os valores aproximados. Afirmou que o Prefeito disponibilizou uma sala com água, luz e telefone junto a Secretaria de Assistência Social, como escritório provisório da Coopertel e base de organização em Bom Jardim da Serra.

  • DSC02161 Rui Neto, representando o CONSAD Serra Catarinense, conversou sobre o funcionamento e condições para participar do Programa de Aquisição de Alimentos – PAA, operado através da Coopertel via Conab. Ressaltou importância da participação do Conselho Municipal de DRS a Declaração de Aptidão ao Pronaf – DAP para cadastro de oferta de alimentos, processo de entrega, controle e liberação do pagamento ao agricultor. Informou que cada agricultor pode vender até R$ 4500,00 em alimentos para o Programa Aquisição de Alimentos (PAA). Rui explicou esta é uma das ações do Fome Zero e tem como objetivo garantir o acesso a alimentos em quantidade e regularidade necessárias às populações em situação de insegurança alimentar e nutricional. Visa também contribuir para formação de estoques estratégicos e permitir aos agricultores familiares que armazenem seus produtos para que sejam comercializados a preços mais justos.
  • DSC02165      Vilson Santin, falou do processo de construção da Coopertel, a luta dos agricultores sem-terra, vindos de outras regiões, acostumados em condições de solo e clima diferentes daquele do Planalto Serrano. O Assentamento Anita Garibaldi nasceu em 20 de junho de 2003, em 2004 os assentados colheram amendoim, pipoca, batata-doce, mandioca, melancia, batata inglesa, milho e feijão, desmistificando ao passar dos anos a terra ociosa e improdutiva. Apresentou a farinha de abóbora, uma novidade para a produção de panificados, além da linha de doces e conservas. Falou dos princípios do verdadeiro cooperativismo, da participação dos associados e organicidade da gestão, sem patrão nem empregados. Enfatizou os valores éticos, confiança, solidariedade, promoção da dignidade e valorização do trabalho humano. Ao completar a fala sobre autogestão, convidou agricultores/as de Bom Jardim para participarem da assembléia da Coopertel.
  • DSC02170
  •   Para falar do DRS-Fruticultura, Jade explicou enquanto estratégia do Banco do Brasil para impulsionar o desenvolvimento sustentável, por meio da mobilização de agentes econômicos, sociais e políticos, para apoio a atividades produtivas economicamente viáveis, socialmente justas e ambientalmente corretas, por isso tem ótimas referências da Coopertel. Comentou do acesso ao microcrédito e outros financiamentos, enfatizou que a capacidade de mobilização e organização em rede, são características de DRS. Dialogou no sentido de formar uma equipe gestora e finalizou falando sobre a possibilidade de fazer um estudo, sobre os possíveis subprodutos  da maçã.
  • DSC02166    A parceria para desenvolvimento de tecnologias para processamento de alimentos em geral, já existe entre a cooperativa e a Universidade Federal de Santa Catarina-UFSC, foi posto em prática para a produção de extrato e molho de tomate produzido pelos assentados do município de Caçador, e também no beneficiamento da farinha de abóbora em Ponte Alta, portanto é possível realizar um estudo de viabilidade para uma agroindústria dos subprodutos da maçã, afirmou Santin.DSC02164
  •        O presidente da Câmara dos Vereadores e representante do Prefeito na reunião confirmou a disponibilidade do ônibus da prefeitura a todos/as que queiram participar da assembléia da Coopertel em Ponte Alta.
  •        Tomás, representante no núcleo da RECID no Planalto Catarinense, pediu a palavra para fazer a ligação entre a Educação Popular e o processo emancipatório que está sendo construído, parabenizou a consciência política dos agricultores de Bom Jardim e afirmou que, o prefeito pode ter tomado a iniciativa em possibilitar que esta parceria aconteça, porém serão os agricultores que vão fazer funcionar, tanto as políticas do PAA, como também botar em prática a capacidade de organização, participação e controle social das políticas públicas. Isto é um verdadeiro processo de educação popular, autogestão e economia solidária, corroborou com o Rui e o Santin, quando falaram da necessidade de um trabalho de base continuado, e o quanto é importante que os agricultores encontrem meios para diversificar a produção, além da maçã, preferencialmente por aqueles alimentos produzidos por métodos agroecológicos de cultivo.
  • Ao final do evento, após os encaminhamentos, algumas caixas de alimentos agroindustrializados pela Coopertel foram distribuídas entre os participantes, que levaram para casa algumas amostras da linha de alimentos produzidos pela Coopertel