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O povo que ousa sonhar, constrói o poder popular!

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Carta do Encontro Micro Regional de Florianópolois














mística
No dia 05 de julho de 2010, atores sociais do movimento comunitário, do movimentos de mulheres,  de organização não governamental, de cooperativa de economia solidária, conselhos de direito se reuniram na Escola Sindical Sul em Florianópolis com o objetivo de se reapresentar e conhecer a  Rede de Educação Cidadã. A tarde foi muito enriquecedora pois trocamos muitas experiências e nos animamos com  uma nova possibilidade de articulação em rede.

Logo no início fomos provocados a refletir sobre as situações de opressão que vivenciamos na sociedade com a historia do Menino e a Flor, que fora desde criança, doutrinado pela educação bancária a realizar somente o que lhe era dito para fazer, reprimindo seu talento criativo. Nesse momento fomos incentivados a escrever em cartões coloridos uma palavra ou frase que significasse o tipo de opressão que sofremos ou que constatamos na nossa sociedade. As palavras/frases comprar, obedecer as regras, ficar quieto, assistir a televisão, omitir direitos, não reclamar foram escritas nos cartões e aderidas ao menino, logo em seguida fomos desafiados a propor um modo de libertação ao que alguém responde sugerindo que a libertação deve começar pelo próprio menino conscientizando-se da situação de opressão. Logo mais outro diz que devemos buscar a organização dos excluídos. E assim vivemos emocionados esse momento em que todos contribuíram coletivamente para o desvelamento da realidade.

A cada momento éramos chamados a refletir sobre nossa condição na sociedade como no momento da apresentação dos participantes em que juntamente com os nomes conhecíamos parte da história de militância e de vida de cada um, cada uma.

E seguimos conhecendo as experiências que a RECID vivenciava no nosso estado. 

Primeiramente a Elisiane e o Waldemar, educadores populares de São Miguel do Oeste, fizeram uma linda apresentação do trabalho que eles e mais a Carolina que atua em Chapecó estão desenvolvendo com um grupo de adolescentes e a comunidade em geral promovendo o acesso à cultura, encontro da comunidade, fortalecimento das discussões comunitárias,reconhecimento dos envolvidos enquanto sujeitos de transformação e organização popular.Logo após foi o momento de conhecer o trabalho realizado em São Miguel do Oeste onde a atuação é em cinco comunidades carentes do município  e lá os grupos estão colocando  em prática a metodologia de educação popular crítico-freireana sendo que o processo é vivenciado em três momentos  sendo o primeiro a Análise da realidade local (o que tem de bom, o que precisa melhorar na comunidade), o segundo é a Rodada de escuta – escolha de representantes da cada comunidade para acompanhar a oficina nas demais comunidades  e culmina no  Oficinão -  com representantes de cada um dos grupos e parceiros.

A tarde estava animadora e queríamos saber mais, a fome estava batendo mas o café atrasou e aproveitamos para conhecer a experiência de São Joaquim que o Tomás nos trouxe. As maçãs no seu slide nos fez salivar, mas nos concentramos e nossa! ... como foi interessante conhecer uma realidade tão diferente da nossa, mas também com coisas em comum! O Tomás trabalha com agroecologia familiar, com grupos de cooperativa de artesanato, com alunos de escola pública. Que interessante aquele projeto de beneficiamento de uva que tem que ser coletivo!Não pode ser de particular, que informação importante!Foi enriquecedor e isso nos suscitou muita curiosidade fomentou muitas idéias.

Lamentamos não poder conhecer a experiência de Blumenau pois o educador daquela região teve problemas no trajeto e não chegou a tempo para fazer sua exposição.

Enfim o café ficou pronto e fomos todos saborear as delícias e bater um papinho com os colegas .
Retomamos as atividades com a apresentação da educadora popular da Comissão Nacional Gisele que nos falou da metodologia de educação popular freireana. Foi muito interessante mas o tempo não foi suficiente para saber muito sobre essa educação libertadora. Será necessário mais alguns encontros para que nós possamos nos apropriar desse conteúdo.

A dinâmica de trabalho foi muito divertida com destaque para os momentos de animação em que cantamos músicas que ajudaram a contar a nossa história de lutas entoadas pelo violão.
Vivemos em uma sociedade fundada no individualismo e isso faz com que as pessoas tenham muita resistência em participar de grupos que visam o bem coletivo e por ficarem isoladas estão mais sujeitas a serem manipuladas pelos outros principalmente através dos meios de comunicação que estão a serviço do grande capital.

Identificamos os acontecimentos que denunciam a opressão, quem são os sujeitos envolvidos e o local onde acontecem.

Enfim, estamos conscientes de que é preciso trabalhar para que nos libertemos dessa situação opressora, mas ainda necessitamos de mais momentos como este para estabelecermos termos mais claros para o trabalho. Agendamos uma data para nos reunirmos e conversarmos mais sobre o assunto.

Ao final concluímos que nossa luta ganhou força com a RECID. As palavras esperança, atitude, libertação, amor, compromisso foram ditas enquanto em circulo e de mãos dadas ouvíamos uma linda música, muito velha de guerra mas que ainda nos emociona e aderimos a ela cantando em coro.